Se você trabalha com marketing, comunicação, publicidade e propaganda ou outras áreas afins, precisa estar alinhado com tudo que acontece no mercado.
E uma das principais tendências é a migração das relações de compra e venda para o meio digital.
Uma das formas mais comuns para essa migração é o e-commerce (loja virtual), e é sobre ele que vamos falar nesse artigo. Trouxemos um guia completo sobre o tema para sanar todas as dúvidas que você tem a respeito de um e-commerce.
Neste post você aprenderá:
- O que é um e-commerce
- Como surgiu o e-commerce
- Tipos de e-commerce
- Principais empresas de e-commerce
1. O que é um e-commerce
A melhor maneira de começar é explicando o que é um e-commerce. Você pode ficar surpreso em descobrir que muitas pessoas, na realidade, não sabem a definição correta!
Alguns acreditam que qualquer forma de vendas pela internet pode ser chamada de e-commerce enquanto, na verdade, temos outras categorias – como o marketplace.
Um e-commerce só pode receber esse nome quando ele traz os produtos de uma única empresa, seja um fabricante ou revendedor, em uma plataforma virtual própria. Além disso, não há um intermediador para o processo de venda.
1.1. A diferença entre e-commerce e marketplace
Para que você entenda ainda melhor, vamos comparar com o marketplace.
O marketplace oferece uma plataforma comum para que várias empresas vendam seus produtos. Essa plataforma intermedeia o processo de cobrança e, em muitos casos, também assume uma certa parcela da responsabilidade sobre a garantia da entrega e da qualidade do produto vendido.
Para um lojista, o marketplace é uma alternativa atraente porque é bem mais simples de gerenciar. Toda a estrutura está pronta, basta fazer um cadastro e começar a catalogar produtos.
Por outro lado, o verdadeiro e-commerce permite mais liberdade, já que você define toda a estrutura e o design da loja virtual.
Com o tempo, essa liberdade torna-se indispensável para que seja possível criar ações promocionais, desenvolver categorias diferentes de produtos, trazer filtros específicos de busca para o usuário… por isso, podemos dizer que o e-commerce é uma alternativa mais escalável.
1.2. Dinâmica de trabalho do e-commerce
Vale a pena destacar que o e-commerce digitaliza dois processos básicos: venda e atendimento ao cliente.
A partir desse trabalho, ele também abre as portas para outras automações, como marketing, controle de finanças e estoque.
Dessa maneira, ele facilita e agiliza o trabalho de gestão em muitas frentes. Por outro lado, também tem como efeito o maior peso estratégico da questão da logística.
1.3. Potencial de negócios do e-commerce
Outra informação importante para encerrar essa pequena introdução: o e-commerce oferece um alto potencial de negócios.
No Dia das Mães de 2017, o e-commerce brasileiro faturou nada menos que R$1,9 bilhão, representando uma alta de 16% em relação ao ano anterior. Em pesquisa de 2015, nosso país foi apontado como o 10º maior mercado de e-commerce do mundo.
Você pode conferir nesse incrível infográfico da MarketingProfis!
2. Como surgiu o e-commerce
A história do e-commerce, além de muito curiosa, é bem mais longa do que você pode imaginar.
Suas origens mais embrionárias supostamente vêm do início da década de 1970 quando alunos da universidade de Stanford e do MIT usaram a ARPANET – uma espécie de antecessora da internet, desenvolvida pelo Departamento de Defesa dos EUA – paracomercializar maconha entre si.
A primeira demonstração real de um sistema de compra e venda online, porém, só aconteceu anos depois.
Em 1979, Michael Aldrich, renomado empreendedor e executivo do ramo de TI, apresentou um projeto que permitia fazer compras online através de uma televisão modificada, que ele chamou de Videotex.
Esse precursor do e-commerce foi chamado de teleshopping. Porém, apesar do nome, não confunda com aquela prática de ver os produtos na televisão e ligar para comprar! Esse estilo “Polishop” de negócios é chamado de telesales.
Dois anos depois, o primeiro sistema de online shopping B2B foi instalado. Ele foi utilizado pela empresa Thomson Holidays UK, do ramo de turismo.
É interessante mencionar que, embora o sistema de compra e venda pela internet tenha sido implementado em 1981, foi apenas em 1995 que a empresa lançou seu primeiro website.
Ou seja, nessa época, os dois elementos não estavam necessariamente associados, como acontece hoje em dia.
Além disso, o acesso aos sistemas de online shopping ainda era muito restrito. Por isso, somente empresas utilizavam.
Na realidade, a primeira pessoa no mundo a fazer uma compra pela internet a partir de sua própria casa (como todos nós estamos acostumados a fazer atualmente) foi a usuária Jane Snowball, em Junho de 1984. O fato foi tão marcante que ela foi entrevistada enquanto fazia sua compra através do Videotex.
Então, em 1990, tivemos o histórico lançamento do primeiro buscador da web, o WorldWideWeb, criado por Tim Berners-Lee. Nesse momento, navegar na internet tornou-se uma atividade mais simples e acessível para os usuários comuns, em suas casas.
A partir de então, a evolução das compras online acelerou. Em 1992, foi criado o primeiro website comercial, que vendia livros online e processava os pagamentos com cartão de crédito.
Em 1995, foram fundadas as gigantes Amazon e eBay. Em 1999, foi estabelecido o grupo Alibaba, na China. E o resto é história.
3. Tipos de e-commerce
Nós já mencionamos que existem diferentes tipos de sistemas para a compra e venda online. Os dois principais são o e-commerce e o marketplace.
Porém, também existem categorias diferentes de e-commerce que podemos explorar. Entenda mais sobre cada uma delas.
3.1. E-commerce B2B x E-commerce B2C
O e-commerce B2B (Business to Business) é utilizado por empresas cujos principais clientes são outras empresas. Em geral, ele dedica-se a vender maquinários ou matérias primas, embora também possa vender produtos acabados.
A principal questão é que, devido ao porte das transações realizadas por meio desse tipo de e-commerce, ele exige um sistema mais complexo.
O sistema de um e-commerce B2B precisa ser preparado para trabalhar com variáveis na tabela de preços, nas condições de pagamento, nas regras de pedido mínimo, nas aprovações de cadastro e limite de crédito, nos impostos e no frete. Ou seja, todos os mesmos fatores que, em uma transação normal, seriam avaliados pelo vendedor, precisam ser analisados pelo sistema.
O e-commerce B2C, ou Business to Client, é utilizado por empresas que vendem diretamente ao consumidor final. Não existem limites para os tipos de produtos que podem ser vendidos nessa categoria: móveis, roupas, medicamentos, eletrônicos, alimentos, serviços.
Por que o consumidor escolhe o e-commerce, em detrimento de uma loja física? Em primeiro lugar, porque os preços costumam ser mais baratos. Afinal, um e-commerce tem menos custos, pois não deve aluguel de loja, salário e comissão de vendedores.
Em segundo lugar, porque é mais prático, especialmente para o consumidor que gosta de comparar preços.
Porém, ainda existem dois fatores que levam o consumidor a não fazer compras online. O primeiro é a questão da segurança. O segundo é o tempo de espera da entrega, muito maior do que simplesmente ir a uma loja e voltar para casa com o produto.
Existem estratégias que ajudam a derrubar essas objeções e vamos falar sobre elas mais à frente.
3.2. E-commerce Atacadista x E-commerce Varejista
O e-commerce atacadista trabalha com venda em grandes quantidades. A principal implicação desta categoria, como você pode imaginar, é na logística de entrega. Devido ao volume, é preciso contar com bons parceiros para o transporte.
Para simplificar o processo, é comum que o e-commerce atacadista ofereça a possibilidade de comprar online e retirar pessoalmente, na loja física.
Por outro lado, como as lojas virtuais tipicamente conseguem oferecer preços mais baixos nos produtos (devido à menor incidência de custos), é nesse ponto que ela ganha de um concorrente com loja física.
O e-commerce varejista é mais comum. Observe que ele enfrenta suas próprias dificuldades. Para exemplificar, podemos levantar a questão do estoque.
O varejista tipicamente não possui um grande estoque de produtos, pois ele trabalha com vendas em pequena quantidade. Em uma loja física, isso não causa tantos problemas, pois a falta de estoque será imediatamente constatada e informada ao cliente.
Porém, no caso de uma loja virtual, é preciso que o sistema de venda seja capaz de conversar com um controle de estoque (ou tenha tal controle embutido) para evitar que sejam realizadas vendas que, depois, não poderão ser atendidas.
É devido a esse tipo de situação que, embora seja muito fácil criar um e-commerce, não é tão simples criar um bom e-commerce.
3.3. E-commerce de produtos físicos x E-commerce de produtos digitais
Em geral, quando pensamos em e-commerce, imediatamente lembramos dos produtos físicos. Não existe muito a explicar aqui, já que estamos acostumados com essa categoria. Porém, ela se torna muito mais interessante quando comparamos a um e-commerce de produtos digitais.
O e-commerce de produtos digitais é aquele que vende ou aluga, essencialmente, conteúdo e informação. Estamos falando de filmes digitais, e-books, cursos à distância, softwares ou games, por exemplo.
Em comparação com o e-commerce de produtos físicos, essa categoria supera muitos problemas. Estoque e logística, por exemplo, são completamente eliminados do fluxo de trabalho. Não há limites para o quanto você pode vender e não existe “entrega”, no sentido formal.
Porém, essa categoria enfrenta seu próprio dilema. Trata-se da pirataria. É preciso tomar medidas para evitar que o produto oferecido seja copiado e distribuído, do contrário, as vendas despencam e o prejuízo é certo. Além disso, o e-commerce de produtos digitais enfrenta uma concorrência maior, já que muitos de seus produtos podem ser obtidos, legal ou ilegalmente, de forma gratuita.
4. Principais empresas de e-commerce
O e-commerce se expandiu para o mundo todo, desde a década de 1990. E, graças ao potencial de escalabilidade e lucro, algumas das maiores empresas da atualidade se estabeleceram dentro dessa modalidade de atuação.
Temos inúmeros casos de sucesso, tanto no Brasil quanto fora dele. Fizemos uma lista, para que você conheça os principais players desse mercado.
4.1. Maiores e-commerces do Brasil
Em 2016, a Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo publicou um estudo que apresenta as 50 maiores empresas de e-commerce do Brasil.
4.1.1. B2W Digital
O 1º lugar ficou com o grupo B2W Digital. Talvez você não conheça esse nome, mas certamente já acessou algum dos e-commerces que ele engloba: Americanas.com, Submarino, Shoptime e Sou Barato são as mais populares. Sozinho, o grupo faturou mais de R$10 bilhões em 2015.
4.1.2. cnova.com
O 2º lugar pertence a outro grupo, o cnova.com. Com quatro e-commerces – Extra.com.br, CasasBahia.com.br, PontoFrio.com.br e Barateiro -, ele bateu mais de R$3,4 bilhões de faturamento em 2015.
4.1.3. Magazine Luiza
O 3º lugar ficou com a Magazine Luiza que, além de seu próprio e-commerce, também controla a loja virtual Época Cosméticos. Seu faturamento em 2015 ultrapassou R$2 bilhões.
Dentro da mesma faixa, temos o 4º lugar, que ficou com o e-commerce Privalia, e o 5º lugar, que ficou com o Grupo Netshoes (Netshoes e Zattini).
4.1.4. Outros destaques
Outros nomes conhecidos que figuram dentro dessa lista são a Dell (computadores), Saraiva e Livraria Cultura (livros e papelaria), Ultrafarma (medicamentos), Renner (roupas), Mobly e Madeira Madeira (móveis).
A título de curiosidade, o último lugar dessa lista foi para o e-commerce Terra dos Pássaros, especializado – você acertou – em produtos para criar pássaros. Apesar do nicho especializado da empresa, ela conseguiu faturar mais de R$4 milhões em 2015.
4.2. Maiores e-commerces do Mundo
4.2.1. Walmart
Anualmente, a revista Forbes divulga uma lista com os maiores varejistas do mundo. Não é surpresa que essa lista seja dominada por empresas que trabalham com e-commerce (paralelamente às lojas físicas ou não).
O 1º lugar ficou com o Walmart.
4.2.2. Aliexpress, Amazon e eBay
Outro dado interessante foi levantado pelo site CupoNation. A pesquisa levantou os e-commerces mais acessados no Brasil, e vários deles são internacionais.
O caso mais interessante é o Aliexpress, que alcança mais de 16 milhões de acessos por mês (somente em território brasileiro). Amazon e eBay também aparecem na lista.
Um fato importante é que o e-commerce possibilitou que práticas de importação e exportação se disseminassem ainda mais. Aquele consumidor que precisa de um certo produto pode compra-lo diretamente de um fabricante no Japão ou na China.
Várias barreiras, incluindo a língua e a burocracia, foram vencidas graças às lojas virtuais.